Apresentação
O Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social foi aprovado e implantado no final de 2016, sendo que a seleção da primeira turma de alunos e o início das atividades acadêmicas deu-se no primeiro semestre de 2017.
A proposta de uma Pós-Graduação Stricto Sensu em Antropologia Social na UFMS de Campo Grande, nasceu alicerçada numa experiência de mais de 15 anos do curso de bacharelado em Ciências Sociais (UFMS – Campus de Campo Grande) e na experiência da Licenciatura em Ciências Sociais (UFMS – Campus de Naviraí), com 7 anos de implantação. O projeto é concebido em atenção à crescente demanda de egressos desses cursos da UFMS, bem como de outros cursos de Ciências Sociais do estado, sendo dois da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e um da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), e ao interesse de profissionais de áreas afins, tais como da história, da comunicação, da filosofia, da educação e outras ciências, em busca de qualificação profissional para atuar num contexto regional caracterizado por imensa diversidade e complexidade sociocultural, por assimetrias de poder e por conflitos de terra, de fronteira, étnicos, raciais, de gênero, entre outros. A criação de um curso de Mestrado em Antropologia Social na UFMS tende a contribuir para a formação de uma comunidade acadêmica atenta a esses e outros problemas do estado e comprometida com os destinos da região.
Somada às experiências da graduação, essa proposta tem por base iniciativas, concluídas e em andamento, de Pós-Graduação Latu Sensu, tendo o curso de Ciências Sociais, Campus de Campo Grande, oferecido os cursos de especialização em; Culturas e História dos Povos Indígenas (2013-15) e em; Antropologia e História dos Povos Indígenas (2015-17), com a oferta de 200 vagas cada. Esses cursos têm como objetivo a formação de professores/as, com vistas a qualificar a abordagem das temáticas das culturas e história dos povos indígenas nas propostas pedagógicas e curriculares no Estado de Mato Grosso do Sul. Além da Pós-Graduação existe a oferta constante de cursos de extensão, que visam a complementação e atualização da formação acadêmica de graduandos e graduados em Ciências Sociais e áreas afins, e que tendem a despertar o interesse pela Antropologia e a direcionar público para o Mestrado em Antropologia Social.
Sendo Mato Grosso do Sul um estado fronteiriço, que faz divisa com a Bolívia e o Paraguai, e com forte presença indígena, que vive em condição de intensa marginalidade e confronto em relação ao projeto de desenvolvimento regional, o Programa de Antropologia Social, atento às demandas de inclusão das populações locais, adotou, desde sua implantação, política de ações afirmativas, reservando duas de suas vagas para candidatos indígenas e afrodescendentes. No ano de 2019, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, pautada no modelo pioneiro de oferta de vagas de ação afirmativa do PPGAS, e consoante determinação do Ministério da Educação, definiu, em debate com as coordenações de Programas de Pós-Graduação, uma política de ação afirmativa a ser aplicada em todos os Programas da instituição. No PPGAS foi acrescentada uma terceira vaga nessa modalidade a fim de contemplar pessoas autodeclaradas deficientes. As vagas podem ser preenchidas por um ou mais representantes de cada segmento atendido: autodeclarados deficientes, autodeclarados indígenas e autodeclarados afrodescendentes.